sexta-feira, 8 de abril de 2011

Infra estrutura da cidade de Palmas: A quem devemos culpar?

A  pesquisa a seguir foi realizada pelos alunos Fernanda Oliveira e Sávio Leandro, acadêmicos do curso de Arquitetura e Urbanismo da UFT – Universidade Federal do Tocantins. Consiste em uma pesquisa de campo para avaliar, nos serviços de transporte público de Palmas - TO, as condições básicas necessárias que a cidade deve oferecer para conceder a seus usuários maior facilidade e conforto em sua mobilidade. 








Escolhemos um trajeto com início e fim no mesmo ponto, na quadra 307 Norte, em Palmas, entre os horários de 19:10 às 21:40. No caminho, desde a saída da casa do aluno Sávio (local que escolhemos como ponto de partida para a efetivação da pesquisa), percebemos que em todo entorno há sérios problemas de infraestrutura urbana. A conservação dos equipamentos existentes nas praças, vias, pontos de ônibus, guias, bueiros, são apenas alguns dos exemplos que pudemos registrar.


Eis as provas...




PRAÇA
               Cruzamos a praça da 307 Norte. Observamos, mesmo no escuro, que a conservação da praça está em estado precário. Bancos destruídos, passeios perigosos por apresentarem-se quebradiços e fissurados, excesso de mato, grama não conservada e necessitando ser aparada.



Foto: Sávio Leandro
Era uma vez um banco....



VIAS
       As vias de acesso para pedestres e veículos apresentam, não somente no trajeto que escolhemos e percorremos, verdadeiras “crateras”, ocasionadas pelo período chuvoso e, principalmente, pela má qualidade dos materiais utilizados e execução de baixa qualidade. Sinalização em geral falha, faixas de pedestres praticamente apagadas e ausência de guias nas bordas das vias.
                                         Foto: Sávio Leandro

Esta não é uma das piores ruas do nosso trajeto, muito menos da cidade


PONTO DE ÔNIBUS
                                    Excesso de mato, pichações, fissuras, falta de sinalização.


Fotos: Sávio Leandro





GUIAS
             As guias (mais conhecidas como meio-fio), quando não fissuradas/quebradiças, não apresentam destaque pela cor branca, de modo que chame a atenção para informar os limites das vias. Percebemos também que além dessas condições, geralmente estão cobertas por vegetações rasteiras ou de baixo porte.
Foto: Sávio Leandro




BOCA-DE-LOBO
                        Encontramos “bocas-de-lobo” perigosamente expostas, sem grelha de proteção.
Esse é um dos problemas mais sérios, pois podem acarretar em graves acidentes, além de acumular lixo causando entupimento e não permitir o escoamento das águas pluviais.






ILUMINAÇÃO
                       Em todos os itens acima citados, percebemos uma das falhas mais gritantes: a falta de iluminação pública. Esta situação gera, em sua grande maioria, um dos principais problemas da mobilidade, basicamente quando existe a junção pedestre X veículo: os acidentes. Todos os problemas aqui citados são os maiores causadores de tragédias, que, infelizmente, presenciamos todos os dias.




ÔNIBUS COLETIVO



          A linha que utilizamos para nos conduzir foi a 4/16, que cumpre um itinerário, que, em palavras mais claras, faz um percurso circular, partindo da estação Apinajé, no centro da cidade, em direção a região norte, passando pelas principais ruas e avenidas daquele local, retornando à estação Apinajé apenas “de passagem”, e concluindo o percurso passando pela avenida Teotônio Segurado, Galeria Wilson Vaz, IFTO – Instituto Federal de Tecnologia do Tocantins, avenida JK, estação Apinajé e por fim, uma espécie de “ponto final” na região norte, de onde os ônibus partem o horário determinado para cada linha cumprir com seu trajeto. Passados alguns minutos, enfim, descemos no mesmo ponto onde pegamos a linha 4/16.
          O horário que fizemos este estudo era mais calmo, entre 19h e 21:00h, por isso, poucos passageiros utilizaram-no neste período. Por alguns minutos, na região do centro, percebemos um fluxo maior, mas nada que lotasse o veículo. Em referência a este, observamos que as condições de conservação estavam dentro dos conformes. Parecia ser um carro de uma aquisição mais recente, os bancos reservados para idosos, mulheres com crianças de colo, gestantes e obesos estavam devidamente sinalizados e a lixeira intacta.
          Uma problemática estava estampada claramente: alguns usuários não utilizaram, como deveriam, os equipamentos no veículo à qual finalidade o destinava. Exemplo prático: a própria lixeira. Ao invés disso, ao ser aberta a porta de desembarque do veículo, o lixo era simplesmente jogado nas vias, senão, pelas janelas do ônibus.
     O motorista que conduzia o veículo mostrou-se atento, prático, responsável e, principalmente, simpático, pois aceitou muito bem nossa intenção no trabalho e nos permitiu concluir todo o percurso sem objeções.

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          Percebemos que o meio que vivemos depende, não só de uma boa administração, como a cooperação dos seus usuários (como o exemplo que citamos no caso da lixeira).
              Esta é apenas uma parte da problemática, pois todo um estudo é necessário para que casos tão sérios como estes sejam resolvidos/evitados, pois não se trata apenas da parte estética, mas, principalmente, de saúde pública: Uma via com buracos ocasiona em empoçamentos de água e podem trazer doenças como a dengue, causada pelo mosquito aedes aegypti e que se reproduz em água parada (antes apenas limpa e segundo boatos, já se reproduz em água turva), além de causar acidentes, juntamente com as guias não sinalizadas e aparentes, bueiros e “bocas-de-lobo”. A ausência de iluminação pública vem para completar, inclusive aumentando as chances de violência proporcionada pela escuridão, que facilita a ação de bandidos, que se aproveitam para cometer delitos.




                                                                                     Uma boa gestão dos órgãos competentes nas  áreas da educação, segurança e saúde são imprescindíveis, 
pois de nada adianta termos uma boa administração 
e vias conservadas se os seus usuários não 
o respeitam e cooperam na conservação.




texto: Fernanda Oliveira
fotos: Sávio Leandro